Cânfora Branca 5ml

Cânfora branca – Cinnamomum camphora (L.) J.Presl

A cânfora é uma planta medicinal que tem sido utilizada desde a Antiguidade até os dias atuais. É uma planta complexa, com diferentes componentes moleculares que se expressam de acordo com as condições ambientais e variações genéticas, mecanismos nem sempre compreendidos.
A palavra cânfora deriva da palavra “camphre” do francês, próprio do latim medieval “camphora”, também encontra-se origens no árabe “Kafur”, em última análise, do sânscrito, “karpūram”. Cânfora era bem conhecida na antiga Índia durante o período védico.
A espécie Cinnamomum camphora pertence ao gênero Cinnamomum, o mesmo em que se encontra a canela e à Família Lauraceae, a qual também pertencem o louro e o abacateiro. É uma árvore entre 20 a 30m de altura, nativa da China, Taiwan, sudeste do Japão, Coreia e Vietnam.
Para extração de seu óleo essencial, utiliza-se as folhas, extremidades dos ramos, madeira e raízes. A madeira passa por destilação a vapor, sendo então redestilada e posteriormente filtrada. O processo de redestilação ocorre em três frações, produzindo três diferentes tipos de óleo essencial. A primeira fração é o que chamamos de cânfora branca, de aroma canforado e coloração amarela clara a transparente, a mais leve de todas as frações, produzida com baixa fervura. A segunda fração é a cânfora marrom, e a terceira e mais densa, é a cânfora amarela (aroma de açafrão), de coloração amarela a verde azulado. A cânfora marrom e amarela não são utilizadas na aromaterapia, pois possuem altos teores de safrol, componente com potencial carcinogênico.
Ainda sobre as variações que a espécie produz, existem 3 variedades de Cinnamomum camphora, com características morfológicas semelhantes, porém muito distintas quimicamente.
A primeira é a Cinnamomum camphora, de onde se extrai o óleo essencial conhecido como cânfora branca, com alto teor de cânfora (50-68%).
A outra, é a Cinnamomum camphora variedade 1,8 cineol (40-50%), de onde se extrai o óleo essencial conhecido como Ravintsara, produzido em Madagascar.
E a terceira, é a Cinnamomum camphora var. linaloolifera (90-97% ), de onde se extrai o OE conhecido como Ho Sho – Ho wood e Ho leaf, produzido na China.
A Cinnamomum camphora, também produz uma resina que exsuda da madeira e é comercializada na forma de cristais de cânfora.
Na Ayurveda, a cânfora foi empregada nos cuidados respiratórios e como um tônico dos nervos, da digestão saudável e do coração (1).
Na aromaterapia, o óleo essencial de cânfora pode ser utilizado em banhos, compressas, massagens e fricções, colar aromático e difusor ambiental. Também pode ser adicionado a cosméticos e perfumes naturais, como parte de uma sinergia.

Componentes moleculares:
Cetona: 68% cânfora;
Hidrocaboneto monoterpênico: 3,15% alfa pineno e 1,16 % beta pineno, 1,83% canfeno, 3,59% limoneno;
Álcool monoterpênico: 8,92% linalol;

Aromacologia

Óleo Essencial do relaxamento muscular
O aroma forte e canforado que desobstrui a respiração, proporcionando alívio e relaxamento físico e mental.
Suas qualidades aromáticas possibilitam o fluir da energia vital.
Através de sua forte vibração aromática, favorece o movimento da energia estagnada e afasta a tristeza e o desânimo. Formas de uso: ABCAS

Cosmética

Aroma presente em óleos de massagem, cremes hidratantes e cosméticos para massagem relaxante. Atua como coadjuvante no alívio de tensões e estímulo à circulação saudável. Formas de uso: CFLMT

Usos Tradicionais

Popularmente, a cânfora é utilizada há milênios como um cuidado natural no alívio de inflamações, dores e tensões nos nervos, músculos e articulações.
O óleo essencial de cânfora é citado na literatura científica como coadjuvante nos cuidados com músculos e articulações, além de favorecer a digestão, circulação e respiração saudável (1).
Muito comentado em toda literatura aromaterápica como uma excelente escolha para massagens, escalda-pés e compressas para alívio de inchaço, tensões e desconfortos musculares. Formas de uso: CFLMT

Toxicidade: Devido a alta concentração de moléculas de cânfora, deve ser usado com cautela. Pode apresentar potencial neurotóxico e convulsivo.
Contraindicações: desaconselhável o uso durante a gestação para pessoas com histórico de epilepsia.

Sugestões de uso:
Óleo de massagem para alívio muscular e dos nervos: em 120ml de óleo vegetal de gergelim, adicione 60 gotas de OE cânfora branca e massageie o local.

Vishwa Schoppan
Bióloga, Ecóloga, Aromaterapeuta.

Referências:
1- Lee S-H, Kim D-S, Park S-H, Park H. Phytochemistry and Applications of Cinnamomum camphora Essential Oils. Molecules. 2022; 27(9):2695. Doi: 10.3390/molecules27092695 Disponível em: https://www.mdpi.com/1420-3049/27/9/2695

2- Baudoux, D. Grande manual de aromaterapia de Dominique Baudoux – Belo Horizonte: Editora Laszlo, 2018. 673 p.